Roda de Conversa discute a Libras como ferramenta de comunicação para autistas não falantes
Debater as estratégias para inclusão do autista não falante, através da LIBRAS, foi tema da Roda de Conversa realizada ontem (07) no auditório da Afya em Bragança. O evento contou com a presença do time de docentes da Faculdade de Medicina, aberto ao público acadêmico e geral que tem interesse em desenvolver ainda mais seus conhecimentos acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Dando início a discussão, a Prof.ª Arleide Medeiros, falou sobre a necessidade dos responsáveis buscarem conhecer sobre o diagnóstico das crianças dentro do espectro, também em casos precoces(antes de 01 ano de idade) que facilitam no desenvolvimento da estratégia de cuidados. Conhecer os pontos necessários e características, permite promover um acompanhamento mais completo das crianças em todos os âmbitos de sua vida.
O aumento massivo nos diagnósticos de Autismo é consequência deste “novo olhar” para o transtorno, com ampliação dos critérios e formação constante dos profissionais da saúde no entendimento do transtorno. As diversas nuances dentro do espectro também demandam uma assistência ainda maior dos educadores nas escolas, que precisam dar atenção especial às crianças atípicas.
Por sua vez, a Prof.ª Lilian Magalhães apresentou as questões referentes a conduta verbal e a complexidade do comportamento humano, que abrange a linguagem de sinais e outras formas alternativas. Esse entendimento sobre o comportamento e as formas de comunicação e linguagem, são fundamentais para compreender qual a melhor forma de tratamento de cada criança.
Das formas de assimilação de conhecimento, entre a repetição, a visualização e o diálogo do toque, o comportamento verbal (como exemplo: falar, escrever, digitar um texto usando um computador ou usar códigos) é um tipo especial de comportamento operante, no qual a consequência é sempre mediada por um ouvinte especialmente treinado para fazer sua mediação.
Mas afinal, ser não-verbal ou não falante é a mesma coisa? A prof.ª Niomara Sales trouxe algumas respostas. O não-verbal é alguém que se comunica através de gestos, expressões faciais ou outros meios adaptativos, mas não utiliza o verbo no processo. Já o não falante é alguém que não se comunica através fala, mas pode empregar outras formas de linguagem verbal para se expressar, como a escrita ou digitação. A pessoa é não falante, mas é verbal, pois utiliza verbos para se comunicar.
Nesse sentido, é apresentada a Comunicação Aumentativa e Alternativa – CAA para Autistas. É qualquer forma de comunicação que não envolve a fala verbal tradicional. A LIBRAS se enquadra aqui como esta comunicação alternativa, além dos conhecidos sinais emergenciais da linguagem. Sendo assim, essa ferramenta permite que o não falante possa avançarem sua comunicação através da relação de vários códigos de comunicação, como: reconhecer sinais + gestos + imagens.
Dentro da conclusão realizada através do diálogo, que tanto a LIBRAS, como a LIBRAS Tátil – gestos formados através do toque – e o Tadoma (método de comunicação utilizado pelos indivíduos surdo-cegos, em que a pessoa surdo-cega coloca o polegar na boca do falante e os dedos ao longo do queixo) são ferramentas que podem ser acrescentadas no processo de desenvolvimento da linguagem do autista não falante. Isso porque permite uma junção de técnicas e conhecimento da melhor forma de trabalho desse atípico, com mais possibilidades de evolução.
Toda a roda de conversa com as apresentações das professoras está disponível online no Instagram da Afya Bragança, através do link: Assista a Roda de Conversa.
Fonte: Comunicação.